quarta-feira, 20 de julho de 2011

Medicina Preditiva

PROJETO DE TESE DE MESTRADO - ALTERAÇÕES GENÉTICAS E BIOMOLECULARE NOS GLIOMAS CEREBRIS.
AUTOR: Dr. ANSELMO S. TEIXEIRA – STAFF DE NEUROCIRURGIA DO SERVIÇO DE NEUROCIRURGIA DO INSTITUTO NACIONAL DE CÃNCER – HC-I
ORIENTADOR DA TESE: Dr; JOSE CLAUDIO CASSALI – CENTRO DE PESQUISA DO INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER

Introdução


Generalidades


Tudo começou na África? Análise do DNA humano, confirmam até o presente momento que a origem da espécie humana teve origem na África, idéia já defendida no século passado por Charles Darwin (1802-82) e Thomas Henry . Huxley (1825-95). A nossa árvore genealógica parece ter começado há 137 mil anos, quando 500 homens decidiram sair da África deixaram o continente Africano e decidiram povoar todo o Globo Terrestre, começando explorar a Eurásia, a Oceania e as Américas. Os trabalhos de Cavalli-Sforza e de muitos outros especialistas foram grandemente facilitados pelas novas técnicas de estudo do DNA, particularmente do DNA mitocondrial. Margarida Barroso, professora de Biologia na Universidade da Virginia, nos Estados Unidos, investigou os mecanismos de transporte no interior das células, e explica a importância da molécula do DNA.Outros estudos como os de Sarah Tishkoff na Universidade de Yale, agora na Universidade da Pensilvânia, investigou recentemente as mudanças nos padrões genéticos de 1600 indivíduos em todo Globo Terrestre e encontrou uma grande diversidade no DNA da população africana ao sul do Saara muito maior nos povos africanos ao sul do Saara muito maior do que a diversidade entre os povos das demais regiões.”Estas diferenças de variação no código genético” diz Tishkoff “sugerem que todas as populações não africanas derivam de uma única população ancestral que migrou do noroeste da África”.
Na última conferência da Evolução Humana, realizada em Long Island, próximo a cidade de Nova York, Tishkoff apresentou novos dados baseados no estudo do DNA mitocondrial. Os dados da variação genética obtida pelos estudos da pesquisadora Sarah Tishkoff confirmam hoje, que o “berço” da espécie humana está no sul do continente A análise feita pela pesquisadora indicou também que a migração do homem moderno teve origem no sudoeste africano, perto da fronteira na costa entre a Namíbia e Angola, já o local de “saída” da África próximo do centro do mar Vermelho. Portanto, afirma Muntaser Ibrahim, geneticista da Universidade de Cartum, no Sudão: “A história de todo o mundo é parte da história africana, porque todos vieram da África” (A Folha de São Paulo de 01/05/2009).
A diversidade genética das populações é tantas que Biólogos do Centro Médico da Universidade Erasmus, na Holanda, fizeram um mapa genético da Europa onde constataram que a maioria da população do continente europeu tem um perfil de DNA similar. A finalidade da equipe de cientista foi a de mostrar que existe um grau de relação de parentesco entre as diversas populações. O mapa genético europeu foi construído pelo grupo liderado pelo geneticista Manfred Kayser, e foi divulgado na revista “Currente Biology”. Os dados para criação do mapa genético europeu foram gerados por programas que testaram e analisaram 500 mil variações comuns de mapas genéticos de seres humanos, no entanto os pesquisadores utilizaram apenas 300 mil amostras genéticas. Kayser testou quase 2.500 pessoas, e analisou os dados correlacionando com as variações genéticas em todos os casos. (regimeiraniano.blogspot.com e www.unisg.ch).

Entendendo a miscigenação da População brasileira


A miscigenação consiste na mistura de raças, de povos de diferentes etnias, é uma das relações inter-raciais. Foi no dia quatro de abril de 1875 que, D. José, rei de Portugal, assina um decreto que autoriza a miscigenação dos portugueses com os índios, ¹.
Na realidade, poucos países do mundo tiveram e têm uma rica interação de diferentes “raças” e etnias como o Brasil. Desde a chegada dos primeiros colonos portugueses passou a ocorrer no nosso país uma miscigenação em massa com os índios.
Na realidade, décadas se passaram e, com a chegada dos escravos negros, oriundos da África a nossa população tonou-se tri-híbrido ².
Os portugueses que aqui chegaram já trouxeram para o Brasil, séculos de integração genética e cultural de povos europeus, como os “celtas” e os próprios “lusitanos”. Embora os portugueses sejam basicamente uma população européia, sete séculos de convivência com os “mouros” do norte da África e com os “judeus, deixaram uma diversidade genética na nossa população".
Um curioso e recente estudo apontam que entre 25 e 30% dos colonos portugueses no Brasil eram de fato de origem “judaica ³
Na realidade os nossos índios já apresentavam importantes diferenças genéticas entre a sua população já que seriam todos descendentes do primeiro grupo de “caçadores asiáticos” que haviam chegado às Américas há 60 mil anos 10 Quando analisamos de forma cultural, os nossos aborígines estavam inseridos numa diversidade de nações com línguas e costumes diferentes.
Foi então que com a chegada dos colonos portugueses, homens em sua maioria, culminaram em relações e concubinatos com as índias que já existiam no nosso país. Neste ponto, os escravos africanos trazidos para o Brasil já pertenciam a um leque enorme de etnias e nações. A maioria eram “bantos”, originários de Angola, Congo e Moçambique. É bom frisar que em lugares como a Bahia, predominaram os escravos da região da Nigéria, Daomé e Costa da Mina. Alguns escravos islâmicos eram alfabetizados em árabe e já traziam para o Brasil já naquela ocasião, uma rica bagagem cultural. Os escravos islâmicos miscigenaram-se com os portugueses e com os índios e formaram assim a raiz étnica da população brasileira 5. A tentativa do governo brasileiro em tornar branca “branquear” a nossa população marcou o século XIX. Com a abolição da escravatura, os ex-escravos e seus descendentes ficaram abandonados à própria sorte.
Os escravos então, foram substituídos pelos imigrantes europeu entre 1870 e 1953 quando neste período entraram no Brasil, cerca de 5,5 milhões de imigrantes, dentre dos quais havia uma maioria de “italianos”, que eram os preferidos dos governos da época, por serem brancos e latinos 9.
Houve também a entrada em massa de imigrantes europeus no Sul e Sudeste do Brasil o que mudou relativamente à população demográfica do nosso país.
Dessa forma, em poucas décadas verificou-se que a população de origem “negra e mestiça” já havia sido superada pela população “branca” e os casamentos entre os imigrantes europeus e os brasileiros apenas alterou o nosso fenótipo.
Hoje, na realidade uma análise “genética” da nossa população continua “negra e mestiça” 10. Nos censos brasileiros a população brasileira se classifica como branco em (49,9%), uma parcela considerável se classifica como parda (43,2%) e, um número muito reduzido se classifica como preto (6,3%).

O fato é que quando a nossa população é analisada “geneticamente” O Brasil tem uma esmagadora maioria de mestiços e não branca como mostram os censos.
Na realidade, 86% dos brasileiros têm mais de 10% de genes africanos e, apenas 14% dos brasileiros são geneticamente brancos.11.

Sem politizar o nosso estudo, na obra Casa-Grande e Senzala, o antropólogo Gilberto Freyre diz: “Todo Brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma, quando não na alma e no corpo, a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena e/ou do negro”22.


Contestando o mapeamento genético americano

O Dr. Scott Woodward, professor de Microbiologia da BYU, durante a sua palestra apresentada na conferência patrocinada pela “Foundation for Apologetic Information and Research” (FAIR), não aceita a tese de que o mapeamento genético americano tenha tido origem com o grupo de Lei uma vez que o mesmo quando chegou no Continente Americano já havia uma população nativa do continente. Outro grande argumento que faz cair de vez por terra à origem do mapeamento das populações é pelo simples fato dos mesmos terem sido feitos com análise do DNA mitocondrial (MDNA) que, segundo o Dr, Woodward corresponde a 1/200000 do total do nosso código genético o que representaria no mapeamento genético das populações uma contribuição muito pequena. Outro argumento que o mesmo deixou bem claro para todos os demais cientistas que estavam assistindo a sua palestra na “2001 FAIR Conference” foi a de que o MDNA tem características tão específicas e a respeito dessas características que o mesmo se coloca à parte das outras análises genéticas. O MDNA tem uma herança específica: a materna, ou seja, somente existe no cromossomo X, sendo assim somente a mão pode transmiti-los para os filhos e, logicamente os filhos homens podem recebê-los mais não podem repassá-los já que outra característica única do MDNA é de que o mesmo não existe no cromossomo Y logo: ao contrário do cromossomo Y e do autossomo, o mesmo não é recombinante o que quer dizer que ele não se mistura enquanto é passado de geração a geração. Outro argumento científico é que a ligação do MDNA é “desequalibrium”, o que significa que todos os marcadores (partes) são herdados intactos através da história das populações.

O Doutor Woodward afirma ainda que a maior parte da nossa informação genética no que se refere a nos ligar-nos as populações específicas, e o DNA dos nossos cromossomos autossômicos que contêm milhares de “loci” independentes ao contrário do MDNA que contem somente bem menos “loci”.(apresentação do Dr. Scott Woodward na “2001 FAIR Conference”.

NOTA: Hoje já existe uma grande tendência para que o tratamento médico seja baseado no mapa genético individualizado, bem como prevenir óbitos, efeitos indesejáveis de um medicamento, segundo o pioneiro americano da genética, Craig Venter.
Afirma Craig que a contínua diminuição dos custos das análises do genoma individual, deve contribuir num futuro bem próximo para a personalização dos tratamentos levando em conta as reações alérgicas aos medicamentos que segundo cada indivíduo. (Venter e sua equipe na edição de Setembro de 2008 do periódico (Farmacologia Clinica e Terapêutica (do grupo Nature).


Projeto Genoma Humano

O (PGH) desde quando anunciaram que o genoma (conjunto dos genes de uma espécie) humano seria mapeado e seqüenciado. Mapear é descobrir onde está cada gene e seqüenciar é descobrir em que ordem estão os pares de bases nitrogenadas, que no DNA são: A = Adenina; G = Guanina; C = Citosina; e T = Timina. O Projeto Genoma Humano – um consórcio científico exclusivo dos países ricos – iniciado em 1990, visava mapear e seqüenciar o código genético e elaborar o mapa dos genes humanos. Em 26 de junho de 2.000, em um “rito de passagem”, via satélite, o presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, e o Primeiro Ministro Britânico, Tony Blair, compartilharam as glórias
do fim da “corrida do genoma humano”, demonstrando o que consideram o maior feito de seus governos: o privilégio de dizer ao mundo que o mistério da vida foi decifrado e que eles detém o biopoder.
Sabia-se que restavam mistérios a desvendar, por exemplo, quantos eram os genes humanos? Mas por que anunciar a conclusão de investigações inconclusas? Eis uma questão ética pertinente e que nos fornece pistas para entender temas vinculados à apropriação privada e a mercantilização da vida.

Especula-se que por trás de tanta pressa está o setor biotecnologia da indústria farmacêutica no afã de impulsionar os rentáveis negócios dos “kits de
Diagnósticos genéticos ”, alicerces da medicina preditiva.

O final da “corrida” para decifrar o genoma humano encerrou-se em 12 de fevereiro de 2001 quando as revistas norte-americana Science e a britânica Nature publicaram os resultados dos dois grupos que trabalhavam com o assunto. A Science (www.sciencemag.org) publicou os resultados da Celera Genomics e a Nature (www.nature.com) do PGH oficial.


As duas equipes completaram 95% do seqüenciamento do genoma. Ambas concluíram que: as áreas de deserto (sem genes) do DNA humano ocupam um quarto da molécula de DNA e não se sabe o que significam tais espaços sem genes; quanto ao número de genes, afirmam que possuímos apenas um terço do que se imaginava (falava-se em 100 mil genes). Para a Celera, temos entre 26 mil e 39 mil, enquanto que para o PGH em torno de 31 mil; e estima-se que entre um terço ou até metade do genoma são seqüências repetidas, denominada “junk DNA” (" DNA-lixo").

Como vimos, algumas antigas interrogações continuam muito atuais e sem respostas definitivas. O genoma humano é patrimônio da humanidade. Consta na Declaração Universal dos Direitos Humanos e do Genoma Humano – uma recomendação ética que não tem força de lei – que “o genoma humano em seu estado natural não deve dar lugar a ganhos financeiros” (Unesco, 1997). Considerando que nossos genes nos pertencem e constituem um direito do qual não devemos abdicar, é pertinente a perplexidade da indagação que se uma pessoa não é dona de seus genes, o que lhe restará de seu? Como tais saberes e poderes ressoarão na vida das mulheres e de grupos populacionais raciais ou étnicos discriminados? Não há na genética NADA que corrobore teses do ideário racista, porém ela tem sido, historicamente, alvo de desvios ideológicos para supostamente comprová-las. Resulta também de tais constatações e indagações, a certeza que entender de genética hoje é condição indispensável para o exercício da cidadania. Logo, é necessário decodificar a linguagem científica e disponibilizar os saberes da genética para as pessoas comuns. Eis uma questão política de grande vulto, pois a ciência, em particular a genética, é importante demais para ficar só nas mãos de cientistas e de governos, cabe à sociedade exercitar o direito e o dever de decidir e não apenas ser informada. (ref. Fig. Abaixo)












Recordando conceitos do mundo mágico da ciência da vida

A biotecnologia talvez seja tão antiga quanto a humanidade. Desde quando as mulheres inventaram a agricultura, a humanidade vem manipulando genes para garantir a sua sobrevivência. Isto é, bem antes da estruturação da biologia enquanto ciência. Biologia é a ciência que estuda os seres vivos. Genética é à parte da biologia que estuda os Genes – “pedaços” de uma molécula chamada DNA (ácido desoxirribonucléico), que estão no interior da célula, em uma estrutura denominada Cromossomo – constituído por uma única molécula de DNA... Os genes são pedaços da molécula de DNA. É no DNA, mais precisamente, nos genes, que está “guardado” o segredo da vida das plantas, dos animais e dos seres humanos.

Engenharia genética – é uma biotecnologia que trabalha manipulando o gene.

Biotecnologia – é a aplicação da tecnologia à biologia. Nem toda biotecnologia é engenharia genética, mas a engenharia genética é uma biotecnologia. Isto é, para que uma biotecnologia seja “enquadrada”
como engenharia genética é necessário que ela manipule os genes.

As pesquisas sobre o genoma humano, as raças e o racismo

Uma das decorrências mais importantes das pesquisas sobre o genoma humano é, indubitavelmente, a consolidação da constatação científica que geneticamente não há raças humanas. A genética molecular pré pesquisas do genoma humano afirma que considerando-se o DNA como o material hereditário e o gene como unidade de análise biológica é impossível dizer
se estas estruturas pertencem a uma pessoa negra, branca ou amarela, pois o gene carrega possibilidades de caracteres e não os caracteres! Luca Cavalli-Sforza, em “A geografia dos genes” (1995), no fundamental prova que a diversidade genética humana é tão incomensurável que é impossível cientificamente falar-se em raças humanas. Recentes pesquisas evidenciam que a espécie humana (Homo sapiens) é uma só e que dentro da espécie a variabilidade genética impõe, como o padrão de normalidade da natureza, a realidade de que cada ser humano é geneticamente único.
Mas qual a importância da ratificação de tais verdades científicas pelo Projeto Genoma Humano e pelo Projeto da Diversidade do Genoma Humano (PDGH)? em um mundo onde a opressão racial/étnica é um fato incontestável, e sabendo-se que o conceito de “raças humanas”, se não foi cunhado pelo menos foi apropriado, tem sido reciclado pela ideologia racista? Na acepção popularizada e de parte dos setores intelectualizados, raça reflete uma compreensão biológica, de algo que, para usar uma linguagem atual, é fatalisticamente genético. O que não é apenas discutível. Tais noções são falsas e anticientíficas. Não há um conceito universal sobre o que seja raça. Conforme os conhecimentos biológicos contemporâneos o significado biológico de “raça” reside na unicidade da espécie. O racismo repousa, pois, sobre uma mentira imensurável.





Algumas constatações e especulações sobre Medicina Preditiva

Afinal, o que é medicina preditiva (para alguns: medicina preventiva genética) e quais as repercussões do Projeto Genoma Humano nela? Em linhas gerais medicina preditiva é, idealmente, a possibilidade de prever para: prevenir doenças passíveis de prevenção, sem discriminações; ampliar propostas de tratamentos e de curas; e de garantir a dignidade humana, tendo em conta os contextos sócio-culturais. A medicina preditiva ainda é um campo repleto de
incógnitas inclusive técnicas e científicas, algumas incomensuráveis o que a torna alvo de esperanças, desconfianças e medos. Considero que a medicina preditiva é um caminho a construir para responder aos anseios do que ela deve ser: a possibilidade de aumentar a qualidade de vida e de minorar sofrimento sempre e de curar quando possível. A publicidade das benesses, a maioria hipotéticas, é ilusória. As perspectivas de diagnósticos precisos são grandes,
as de curas, e até mesmo tratamentos não fúteis, são poucas, além do que o espectro é pequeno.
A medicina preditiva, embora tenha o diagnóstico genético como o setor mais visível de suas ações, engloba a “terapia genética” de células somáticas e germinais, a clonagem, a utilização de embriões para pesquisas e resvala, inexoravelmente, em muitas de suas intervenções, às escâncaras ou com sutileza, para propósitos eugênicos. Trata-se de um campo,cujo veio semântico e locus epistemológico não prescindem do reducionismo inerente à
“abordagem genética”, certeira ou probabilística, e das incongruências perigosas e utópicas do fatalismo genético – a idéia reducionista e equivocada de que os genes não só podem tudo, como são oráculos infalíveis e se expressam e funcionam sempre sem interação ambiental! A crença no “DNA ditador” e no “gene egoísta” desvia o foco da verdade básica – o holismo da natureza – e resulta em estigmatização, invasão da privacidade, diminuição da auto-estima, aumento de preconceitos e discriminações, temas para análises apuradas, pois dizem respeito ao direito de decidir e à maternidade voluntária, essências do exercício da cidadania.




Alterações durante a divisão celular e a tumorigênese

Procuramos resumir no nosso projeto os mecanismos de divisão celular bem como resumir, como ocorrem as alterações genéticas que sofrem alterações do seu material genético durante a sua divisão e consequentemente se transformam em células tumorais (tumorigênese).

Ainda no ensino básico, aprendemos que temos no nosso organismo dois tipos de células: as células somáticos, células que apresentam 23 pares de cromossomos, que são chamadas de células “diplóides” isto é são células 2n.
Essas células fazem parte do nosso soma do nosso corpo, e são ainda conhecida como células somáticas e se dividem por um processo chamado de mitose no qual uma célula diplóide (2n), passa por diversas etapas e vão formar duas novas células também diplóides (2n). É lógico que dá para se perceber que para uma célula que tem um número de cromossoma 2n e que ao se dividir vai formar duas novas célula 2n, fica claro que houve duplicação do seu material genético numa determinada fase de sua divisão.
Outro processo de divisão celular é a meiose, que ocorre nas nossas células germinativas que também tem células diplóides (2n). Estas células sofrem duas divisões sucessivas e vão formar 4 (quatro) células haplóides ou seja, células (n), que são chamadas de gametas, os gametas masculino (spermatozóides) e os gametas femininos que são os oócitos.
É durante a mitose e a meiose que ocorre uma das fases mais importante que é o Ciclo Celular, mecanismo essencial no qual durante este período, existe um grupo de proteínas regulatórias, conhecidas com sistema de controle do ciclo célula, que governam o avança deste ciclo. O centro desse sistema é uma série coordenada de mudanças bioquímicas que controlam os principais eventos desse ciclo, incluindo a replicação do DNA e a segregação do cromossomo replicado. Ver figura nº x abaixo. O ciclo




O




Ciclo Celular tem por função básica, a de duplicar exatamente todo o conteúdo do DNA que existe nos cromossomos e, com precisão, segregar cópias dentro das duas células-filha, na divisão meiótica, geneticamente idênticas. O ciclo celular tem quatro fase com funções distintas que são: a fase S (S de síntese), que necessita de 10 a 12 horas o que ocupa a metade do ciclo de divisão celular.uma fase G1 que fica entre a fase M (a fase da mitose) e a fase s (S de síntese) e finalmente a fase G2 que ocorre entre as fases S e a fase M. (Ver fig. Nº y abaixo The cell cycle)

Fase G1 – É a fase na qual uma série de trocas metabólicas prepara a célula para sua divisão. Nesta fase existe um ponto de parada que é um “check point” que é controlada por uma série de reações , determinam sinalizações metabólicas, e dessa forma dá o sinal para que a célula passe para a fase seguinte que é a fase S; desde que os seus componentes estejam todos normais.
Fase S. Nesta fase o DNA sofre a sua replicação genética e os cromossomas passam a apresentar duas cromátides-irmã,
Fase G2. Nesta fase ocorre uma série de trocas metabólicas do material citoplasmático necessários para que a célula se divida por citocinese,
Fase M. É a fase mitótica propriamente dita onde a célula após passar por todo o controle nos diversos pontos de checagem segue passa par que é a citocinese onde duas novas células são formadas com todos os seus componentes.
NOTA: O período entre a divisão mitótica que ocorre após os períodos G1, S e G2 é conhecido como INTERFASE.
Particularidades das Células do Sistema Nervoso
De uma maneira geral, as células as células animais como um todo, necessitam de sinais de outras células não somente para o seu crescimento, sua proliferação e para a sua sobrevivência. Normalmente durante o processo de vida celular e sua divisão, ocorre uma série de reações em cascata que
dependem de uma série de fatores de sobrevivência. Esses fatores normalmente são fatores de crescimento, cinases além de fatores de iniciação da tradução dos sinais que são regulados por um aumento na produção do genes das diversas proteínas reguladoras. Quando as mesmas são desprovidas dos fatores de sobrevivência, as células ativam programas intracelulares de morte celular programada por apoptose. Este programa garante que as células sobrevivam somente quando e onde as mesmas são requisitadas.
As células nervosas, por exemplo, são produzidas em excesso, durante o desenvolvimento , assim, competem pelas células-alvo com as quais fazem contato. As células nervosas que recebem quantidades suficientes de fatores de sobrevivência vivem e se desenvolvem normalmente enquanto que as demais morrem por apoptose

Tais fatores de sobrevivência, como os mitógenos, fatores de crescimento, normalmente ligam-se a receptores na superfície de suas membranas ligando e ativando as vias de sinalização que mantêm o programa de morte celular (apoptose), suprimida. A figura abaixo retrata bem o funcionamento normal durante o seu processo de vida normal onde se vê uma cascata de reações durante o seu tempo de vida normal.


Como ocorre a tumorigênese cerebral?

A transformação das células neuronais normais em células neoplásicas no cérebro humano normal ocorre como resultado da acumulação de uma série de alterações genéticas.
Estas alterações genéticas incluem a perda, ganho ou amplificação de cromossomos diferentes que levam a alterações na expressão de proteínas que desempenham um papel importante na regulação da proliferação celular.

Vários comum de alterações genéticas ocorrem ao nível cromossômico: (perda de 17p, 13q, 9p, 19, 10, 22q, 18q e ampliação de 7 e 12q) têm sido observados. Essas alterações levam a alterações na expressão de diversos genes, proteína 53 (p53), retinoblastoma (RB), interferon alfa e beta (INF), AMP cíclico, ciclinas dependentes de quinases 2 (CDKN2), receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR),fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF), receptor do fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGFR), MDM2, GL1, CDK4 e SAS durante a gênese e a evolução dos gliomas nos seres humano.
Estudos recentes sugerem que a expressão alterada de vários outros genes como exemplos: MET; CDK4: MYC; fator transformador de crescimento beta (TGF beta); fator de crescimento endotelial vascular (VEGF); além de moléculas de adesão celular como (PHR-CAM); moléculas de adesão celular neuroglial (NCAM L1); p21waf1/Cip1; TRKA; genes de reparo mismatch (MMR); C4-2; D2-2: além de diversas proteínas como, por exemplo, as catepsinas, tenascina, metaloproteases de matriz, inibidora tecidual das metaloproteinases, o óxido nítrico sintase, as integrinas, os receptores de interleucina-13 (IL-13R), connexinas43, receptores ativadores de uroquinase do plasminogênio (uPARs), bem como as proteínas da matriz extracelular e proteínas de choque térmico que também estão associados com a gênese de gliomas humanos.
Em conjunto, estes achados apontam para a acumulação de múltiplas mutações genéticas juntamente com grandes mudanças na expressão de gene na etiologia dos Gliomas humanos.
Como relatado acima, existe diversas alterações genéticas na gênese dos gliomas que, no nosso projeto de pesquisa procuraremos confrontá-los com o estudo de meta-análise (n) trabalhos sobre o desenvolvimento dos Gliomas na busca de um diferencial que nos aponte um novo caminho no tratamento desta patologia que até o momento, o seu tratamento tem nos deixado desapontados com os diversos métodos atuais. . [PubMed - indexed for MEDLINE] Semin Surg Oncol. 1998 Jan-Feb; 14 (1) :3-12. A. Sehgal. Deke Slayton Center for Brain Cancer Studies, Northwest Hospital, Seattle, Washington, E.U.A. asehgal@nwhsea.org)


Conceito e Classificação dos Gliomas

Os gliomas são os tumores cerebrais derivados da glia. A glia é formada por três tipos importantes de células derivadas do neuroectoderma durante o desenvolvimento embrionário, e compreendem os astrócitos, os oligodendrócitos e as células ependimárias, que revestem as cavidades ventriculares e o canal ependimário da medula raquiana.

São os principais tumores malígnos do Sistema Nervoso Central. São os seguintes tipos de Gliomas: os Astrocitomas são derivados dos astrócitos, enquanto que os oligodendrogliomas são derivados dos oligodendrócitos e os ependimomas são os gliomas derivados das células ependimárias.

A progressão dos gliomas está associada com uma ordenada acumulação de mutações, que levam a atipia celular, mitoses, necroses e/ou proliferação celular, conforme já exposto anteriormente no tópico sobre as alterações genéticas que ocorrem durante a tumorigênese.

Aproximadamente 33% dos gliomas G II, correspondem a 15 a 20% dos gliomas, são infiltrativos onde, são detectadas mutações no gene TP53, situado no braço curto do cromossomo 17p. Os astrocitomas anaplásicos (G III), a OMS aceita a uma pré- existência do G - II ou os mesmos são detectados “de novo” (primários), que da mesma forma apresentam mutações também no gene TP53. Existem ainda outras alterações como a perda de heterogozidade (LOH) no braço curto do cromossomo 19p em mais de 40% dos casos. A progressão dos astrocitomas anaplásicos também envolve alterações em outros genes supressores tumorais, incluindo alterações do gene Rb que está situado braço longo do cromossomo 13q e, finalmente, os glioblastomas multiformes (GBMs) (G IV) apresentam algumas incidências dessas alterações genéticas e uma incidência de 70% apresentam uma perda da heteregozidade, (LOH) nos cromossomos 10 e 13. Também apresentam amplificação do gene receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFr).

Em resumo, a OMS classifica os tumores da linhagem das suas células gliais do Sistema Nervoso Central em (tumores gliais/categorias I – IV) como já dito, tumores da linhagem, astocitária, olidodentocitária e da linhagem ependimária, conforme listados abaixo:


ASTROCITOMAS - derivados das células astrocitárias:

1 – Astrocitoma Pilocítico: (não invasivo, OMS grau I) São tumores mais freqüentes entre 8 e 13 anos de idade, podem estar localizados nos hemisférios cerebrais, no nervo óptico, no tronco cerebral e no cerebelo.

2 – Astrocitomas: (OMS grau II) apresentam variantes: protoplasmática, gemistocística, fibrilar e misto. São tumores que se manifestam em adultos entre 30 e 40 anos de idade e acometem 25% de todos os gliomas.

3 - Astrocitoma anaplásico: (G III), são tumores malignos que podem ser localizados também nos hemisférios cerebral, no diencéfalo, no nervo óptico, tronco cerebral e cerebelo.

4 - Glioblastoma Multiforme: (GBMs), são os gliomas de mais alta malignidade, acometem adultos, entre 45 e 60 anos de idade. Apresentam variantes: glioblastomas de células gigantes e gliossarcomas.

OLIGODENDROGLIOMAS

Correspondem a 5% dos gliomas, têm origem na substância branca, adjacentes aos hemisférios cerebrais. A maior incidência ocorre nas 3ª e 4ª décadas de vida. São massas irregulares, de crescimento lento com áreas de necrose e degeneração cística dentro do tumor. Podem ainda apresentarem hemorragias e calcificações, sinal que é muito comum.
São tumores de linhagem oligodendrocítica e são classificados de acordo com a OMS, conforme descrição abaixo:

1 - Oligodendroglioma grau II (baixa malignidade),

2 - Oligodendoglioma anaplásico, maligno grau III,


EPENDIMOMAS

São tumores derivados das células do tecido glial que reveste as cavidades ventriculares do encéfalo e do canal ependimário da medula espinhal. São neoplasias das células ependimárias, portanto estão em relação topográfica com os ventrículos na maioria das vezes. Podem originar-se nos ventrículos laterais no IVº ventrículo ou ainda na medula espinhal.
Macroscopicamente, apresentam-se como massas acinzentadas, bem delimitadas, que podem ter aspecto em couve-flor (papilífero), podem ainda emergirem dos ventrículos e infiltrarem o tecido cerebral adjacente. Ocorrem tanto nas crianças quanto nos adultos com um certa freqüência.
São Classificados pela OMS em:

1 - Ependimomas grau II, com suas variantes:
celular, papilar, epitelial, de células claras, como também os
ependimomas mistos,

2.- Ependimomas anaplásicos grau III,


NOTA IMPORTANTE: Até o presente momento, apesar de existirem trabalhos mostrando resultados promissores para cura de alguns tipos histológicos desses tumores; a terapia de eleição para os gliomas, em sua maioria é a cirurgia com exérese total do tumor quando possível ou uma ressecção parcial, seguida de radioterapia e/ou braquioterapia e quimioterapia, quando o tumor é sensível.

A decisão do tratamento complementar desses tumores sempre é decidida após uma avaliação em mesa redonda dos serviços ou departamentos de Neurocirurgia, sempre após o diagnóstico histopatológico o que pode determinar, a sobrevida do paciente e o melhor momento para a realização da conduta escolhida avaliando-se sempre custo-benefício para o paciente( 1, 2 ).


METAANÁLISE OU META-ANÁLIS OU AINDA METAANÁLISE

Foi definido na conferência de Postdam, a metanalise como um método de análise estatística para combinar e sintetizar os vários estudos de um determinado tema (3 ).

Os primeiros estudos estatísticos para combinar e analisar estudos independentes surgiram no início do século XX.

Em 1076, o psicólogo Gene Glass, criou o termo meta-análise em seu trabalho sobre a efetividade da psicanálise no tratamento de pacientes neuróticos.

Um trabalho muito expressivo nesta década foi feito pelo casal Gene Glass e Mary Smith que realizaram um estudo de meta-análise de 375 estudos, totalizando cerca de 40.000 mil pacientes onde concluíram que a psicoterapia era efetiva no tratamento de pacientes neuróticos.

Lee Smith que realizaram um estudo de meta-análise comparando 375 estudos, totalizando 40.000pacientes, segando a conclusão que a psicoterapia era de fato efetiva no tratamento de paciente neuróticos(3,4,5).



JUSTIFICATIVA

Conforme descrevemos nos tópicos anteriores, uma soma dos dados sobre os desequilíbrios genéticos nos gliomas foi acumulada por hibridação genômica comparativa (CGH). Com a finalidade de distinguir de forma significativa coincidentemente, pretendemos verificar as alterações genéticas bem como a superexpressão de fatores que levam o desenvolvimento dos gliomas.
Todas as aberrações ao nível de mais de 850 bandas cromossômicas impressionantemente visualizadas nos atuais estudos padrões de pesquisas dos gliomas, especificamente nos astrocitomas, oligodendrogliomas e nos ependimomas bem como no lócus dos genes envolvidos mostram que as alterações mais freqüentes de ganhos ocorreram nos cromossomos 7p12, 8q24.1, e 12q, 13q.15 (loci de EGF-R, C-MYC e CDK4, respectivamente) e perdas em 9p.21 (o locus da p.15 e p.16) e 10q23.3,e o gene PTEN onde os genes estão alocados.

Nos gliomas, a maioria dos cromossomos, variavelmente mostra números de cópias em escalas com diferentes aberrações.

Quando analisamos esses trabalhos de pesquisas em gliomas encontramos sempre alterações nos cromossomos 7, 10 e 9 nos astrocitomas e nos ependimomas alterações no cromossomo 18. Ainda nos astrocitomas podem-se observar alterações nos 22q e nos ependimomas alterações nos braços p e q. Esse estudo de meta-análise foi feita em casos publicados em 26 relatos entre 1991 e 2001. (6)).

Temos alguns trabalhos publicados e apresentados em congressos juntamente com Grupo de Estudos de Tumor Cerebral, constituído segundo portaria nº. 134 de 29 de junho de 1999, pelo então Diretor Geral do INCA e, publicada no BS/SAG/MS nº27no dia 02 de Julho de 1999.
Tomaremos como base para meta-análise o trabalho referido no parágrafo anterior entre outros (n trabalhos sobre o assunto) e os nossos trabalhos, Dna release Line – 1 retrotransposon. Could it be possible?(7)).Análise das alterações genéticas do CDKN2 em tumores cerebral dos pacientes do INCA em outubro de 1999 (8). Analise Molecular do CDKN2 (p16) em gliomas associados com os dados clínicos(9). Detecção de anticorpos anti- P53 em plasma de pacientes com tumor do cérebro(9)). Análise de microssatélite em gliomas através do seqüenciador automático(10). Associação entre instabilidade microssatélite (MI) e perda da heterogozidade (LOH) na região 9p21-22 (CDKN2 e p16) correlacionados com os dados clínicos (11). Detenção de mutações na p53 e K-Ras por PCR-SSCP em tumores cerebrais dos pacientes do INCA 1998(12),. Análise de Metilação de CDKN2 nos tumores cerebral dos pacientes do INCA agosto de 1988(13) entre outros trabalhos(14). Uma vez que Rosental (1979) chamou a atenção para o problema dos trabalhos não publicados, os mesmos serão excluídos devido ao viés meta-analítico, embora a “Cochran’s library” já cataloga estudos não publicados(15).
METODOLOGIA
Faremos revisões dos trabalhos passo - a - passo realizando uma revisão sistemática, em duas ou mais publicações complementares a) Cochrane Handebook (16), produzido pela Colaboração Cochrane; b) CDR Peport 4 produzido pelo NHS (Centre for Reviews and Dissemination), University of New York(17). A Colaboração Cochrane recomenda que a revisão sistemática seja efetuada em sete passo (18) e cada um destes passos serão seguidos uma vez que faremos o curso oferecido pelo Centro Cochrane do Brasil (http:/www.epm.br/cochrane):
Como sabemos que não existe somente uma única fonte de busca de estudos para identificar todos os estudos relevantes, teremos que utilizar dados eletrônicos (Medline, Embase, Lilacs, Cochrane Controlled Trial Database, SciSearch entre outros), além de verificarmos as referências bibliográficas dos estudos relevantes obtendo ainda informações do Web EndNotes para buscarmos ainda outros bancos de dados bibliográficos que, além de organizar as nossas referências bibliográficas, este programa fornece lista de figuras e inclui mais de 700 filtros de importação de uma variedade de provedores de bancos on-line a partir da Web of Science como por exemplos, Ovid, EBSCO, Higwire press, OCLC, ProQuest entre outros ( os direitos de propriedades da EndNotes são da THOMPSON REUTERS. Sendo necessário, solicitaremos ainda estudos de especialistas, e além de pesquisarmos manualmente algumas revistas e anais de congressos.
Para cada fonte utilizada na pesquisa, detalharemos o método utilizado(16) Serão selecionados (n) trabalhos publicados em revistas indexadas além das nossas pesquisas que foram publicadas em capítulos de livros e em anais de congressos tendo como objetivo principal da nossa meta-análise entre outras pesquisas que estarão em curso, encontrarmos algum caminho diferenciado que possa ser explorado para combater de uma forma mais eficiente esses tumores..
Para confirmar e comparar as altarações mais encontradas nos Gliomas continuaremos as nossas pesquisas na busca de erros e achados adicionais.
Existem vários métodos para se avaliar a qualidade da informação dos estudos adicionais; o grupo de McMaster que usa um critério de complacência para os estudos científicos baseados nas validades interna e externa. Os critérios de inclusão e exclusão serão definidos com o meu orientador.
Definiremos a descrição clara dos procedimentos de acompanhamento formulando, uma lista dos estudos integrados, bem como os critérios de avaliação dos estudos, a descrição clara da metodologia da meta-análise dos estudos avaliados e, finalmente a apresentação de todos os resultados qualitativos e quantitativos da meta-análise.
Banco Nacional de Tumores e DNA do INCA (BNT)

O Instituto Nacional de Câncer, que foi estabelecido como Centro de Referência de Alta Complexidade do Ministério da Saúde pela portaria 2.439/GM/2005, iniciou a implantação do Banco Nacional de Tumores e DNA (BNT e DNA).
O Banco Nacional de Tumores e DNA (BNT) é resultado de iniciativa da Coordenação de Pesquisa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) com o apoio financeiro da Swiss Bridge Foundation e FINEP. Tem como objetivo organizar uma rede brasileira para a coleta de amostras tumorais e pareadas normais, além de sangue de pacientes portadores dos tumores mais prevalentes no país.

Procedimento
No momento em que o paciente é encaminhado para um procedimento cirúrgico, seja ele diagnóstico ou terapêutico, ele é convidado a doar parte do tumor. A coleta de material excedente é autorizada pelo paciente após.
Uma plataforma de bioinformática foi especialmente desenvolvida para atender a organização e o armazenamento de dados da rede do BNT. A equipe do BNT desenvolveu protocolos de coleta, armazenamento e transporte das amostras que garantem ao pesquisador o controle de qualidade total para as pesquisas na área de genômica e proteômica. O projeto conta com a colaboração da CONPREV, DIPAT, do corpo de enfermagem do INCA e de todos os serviços médico-cirúrgicos dos hospitais do INCA. Sendo o se responsável, o Dr. Prof. José Cláudio Casali da Rocha que coordena uma serie de outros profissionais.(www.inca.gov.br).
O Banco Nacional de Tumores e DNA, rotineiramente, vem fazendo coletas de espécimes (tumores) de uma rede nacional em todos os serviços de cirurgia, seguindo os protocolos padronizados, com a finalidade de reunir informações para traçar o perfil da população brasileira, possibilitando estudos voltados ao aprimoramento da assistência aos portadores de câncer no país. (BRASIL 2005).
Hoje, o BNT já tem uma variedade de espécimes de vários tumores dos Serviços de Cirurgias dos Hospitais do INCA. Pretendemos, além das amostras dos Gliomas coletados com, o consentimento livre e esclarecido, dos pacientes e/ou seu responsável, analisarmos também, sangue dos nossos pacientes para as quais pretendemos usá-las para avaliação das alterações genéticas e biomoleculares tanto dos tumores quanto do DNA do sangue dando, continuidade as nossas pesquisas, conforme algumas referidas neste projeto :

Métodos de análise do DNA, RNA e Proteínas

1 – Usando amostras de células extraídas, direto dos tumores do BNT já com o diagnóstico histopatológico definido e com os laudos bem detalhados o que nos dá uma confiabilidade maior para, sua classificação e graduação segundo os critérios da OMS.

2- Hibridizações Southern e Northern blot:

“Souther blot”: é um método de separação de DNA, que uma vez isolado é colocado em solução com enzimas específicas, chamadas de nucleases de restrição (enzimas que cortam o DNA em segmentos de nucleotídos específicos e conhecidos). Fragmentos em dupla cadeia são separados por seu tamanho e através de eletroforese; em gel de bandas. Para se fazer uma réplica do padrão das bandas do DNA no gel (“bloting”) e transferimos as moléculas de DNA fracionadas para um filtro de nitrocelulose (nylon).
As moléculas de DNA vão hibridizar-se com uma solução contendo um radioisótopo.
Neste ponto, o DNA de prova e o filtro são auto-radiografados para comprovar a presença ou não daquele DNA de prova. Para caracterizar o gene em estudo no “Southern Blot”, são usadas diferentes enzimas de restrição, construindo-se assim um mapa do genoma da região daquele gene que está sendo estudado. E, a partir deste mapa, é possível identificar rearranjos em células defeituosas, deleções ou inserções (17).

“Norten blot”: nesta técnica; as moléculas de RNA intactas e puras são racionadas de acordo com seus tamanhos dentro das bandas de eletroforeses em gel. Para agruparem as moléculas de RNA com o DNA prova, uma réplica do padrão das bandas do RNA penetra no filtro de nitrocelulose, de forma semelhante ao processo descrito para o DNA.

O mesmo processo de auto-radiografia e feito e, finalmente é possível verificar se este é de fato o gene que realmente estamos estudando, através dos tamanhos conhecidos.

Dessa maneira podemos comprovar a presença ou a ausência do gene para a célula e compará-lo com células sem a patologia e ver a sua significação.

Nota: Com a técnica de “Northen blot”, usando DNA de prova curto, é possível analisar e mapear o exato lugar onde o RNA normal está faltando.

“Marcadores de fragmentos de restrição de comprimentos polimórficos (RFLP)”: são marcadores, o que facilita muito o mapeamento e a análise de grandes genomas. Os grandes genomas podem ser mapeados, tanto fisicamente quanto geneticamente. E já estão mapeados num mapa RFLP de alta resolução.(18,19)).

“Eletroforese em gel-poliacrilamido SDS”: normalmente a eletroforese com gel, é preparada antes de se utilizar à polimerização dos monômeros ajustando-se o tamanho dos poros do gel, podendo torná-los bem pequenos, que retardará a migração da proteína de interesse da pesquisa que está sendo feita. Esta técnica descrita corresponde à eletroforese unidimensional em SDS.

Após a separação por focalização isoelétrica unidimensional, caminha-se para o segundo passo, o qual deve separar e identificar mais de mil proteínas. Uma proteína específica pode ser identificada depois do fracionamento, por focalização isoelétrica uni ou bidimensional, expondo-se a mesma a um determinado anticorpo marca ou a um contraste fluorescente (“Western blot”).

TEORIA DA TUMORIGÊNESE NAS ETAPAS DOS GLIOMAS

A literatura tem mostrado até o presente momento, uma série de alterações biomoleculares determinando uma cadeia de eventos sendo que alguns deles já citamos na gênese dos Gliomas na introdução do nosso projeto.

1 – Fatores de crescimento (GF), são peptídeos quer se acoplam, aos receptores presentes na superfície da célula alvo. A ligação dos (GF) aos receptores que normalmente estão na superfície da membrana plasmática celular (20), faz com que por sinalização nuclear desencadeiam uma cadeia de eventos moleculares na célula tais como: angiogênese, mitogênese, transcrição genético entre outras reações. Qualquer alteração que ocorra nesta cascata de reações biomoleculares poderá levar a célula para a sua morte programada,apoptose ou a sua transformação numa célula tumoral ocorrendo assim uma superexpressão desses fatores, bem como a dos seus receptores. É importante ressaltar que os fatores de crescimento (GF), podem ter funções tanto fisiológicas quanto patológicas (21,22,23). Embora sejam de grande importância na formação dos Gliomas, apenas citaremos os fatores uma vez que estamos apresentando apenas o projeto de pesquisa.
São os seguintes fatores:

1 PDGF (fator de crescimento derivado de plaquetas e seu receptor),

2. EGF (fator de crescimento epidérmico),

3. TGF (fator de crescimento de transformação),

4. IGF (fator de crescimento tipo insulina I e II) são dois: IGF I e IGF II,

5. FGF. (fator de crescimento angiogênico, também em número de dois no desenvolvimento dos Gliomas (aFGF,bFGFe ),neste grupo podemos citar ainda como de grande importância o VEGF que é o fator de crescimento endotelial vascular (24),

ALTERAÇÕES AO NÍVEL DOS GENES

1. Proto-oncogenes e Oncogenes que podem sofrer mutações,translocação e deleção,

2. Genes supressores tumorais (Tp53, PTPRD. PTEN conhecido também como MMAC1 ou TEP1 que foi identificado em 1997 por Li,ET AL, que é alterado por mutações somáticas em vários tipos de tumores, incluindo os gliomas),
Observação: O Gene PTPRD foi descoberto por pesquisadores da Universidade de Georgetown University Medical Center que são inativados numa forma de melanoma maligno o nos Glioblastomas multiformes.


ALTERAÇÕES NOS CROMOSSOMOS


As alterações cromossômicas podem são aleatórias e podem ser numéricas ou estruturais tais como deleções, rearranjos, amplificações, cromossomos em cadeia dupla (DM) e regiões de impregnação homogênea (HSR).





Todas essas alterações hoje são de fácil detecção através das técnicas de análise de bandas, já quando as alterações genotípicas, podem ocorrer na ausência de alterações grosseiras cromossômicas e, nesses casos necessitamos da técnica do RFLP (Restriction Fragments Length Polimorphism) para que se possa detectá-las. Em ressumo, segundo Mikkelsen (25), com os conhecimentos adquiridos até o presente momento, quando relacionamos todos os processos descritos, é possível criar teoria da tumorigênese hoje existente, nos casos dos Gliomas específicos.






A literatura hoje, mostra que pode se estabelecer uma teoria de progressão linear, na qual a grande maioria do gliomas de baixo grau, irão progredir para a malignidade, logo, a progressão tumoral é associada ao aumento da proporção de células que apresentam Tp53 mutante.






Com base nas aberrações cromossômicas nos Gliomas, foi proposto um modelo de progressão maligna. A teoria de múltiplas etapas estipula que múltiplos fatores são necessários para o desenvolvimento dos tumores conforme esquema 1.







Esquema (1) modificado do Anil Sehigal, PhD – Duke Slayton Center for Brain Stadies and Pacific Northwestest Cancer Foundation, Northwesterst Hospital, Seattte, Washington. Seminars in Surgical Oncology – Gerard P. Murphy MD Editor – January/feburay 1998(1), mostra de forma simplificada a gênese dos Gliomas na pagina de nº 9.


OBJETIVOS

O nosso objetivo principal e o de esclarecer melhor as alterações biomoleculares e, principalmente as genéticas que estão ocorrendo nos gliomas cerebrais, condensá-las e depois compará-las com os estudos catalogados que estejam fora da nossa população uma vez que pretendo procurar diferenças nos estudos feitos nas populações européia, asiática, americana já que existem diferenças nos mapas populacionais dos outros continentes em relação a nossa população. Com os estudos das alterações da nossa população que é multirracial mais com uma grande diferenciação genética das demais populações conforme descrevi no inicio desse projeto e, com conseqüência espero encontrar diferenças que nos permita demonstrar alterações que existam nos tumores da nossa população que não existam nas demais populações citadas anteriormente no primeiro parágrafo de Generalidades, e dessa forma buscarmos caminhos diferentes para o tratamento desses tumores da nossa população principalmente, devido ao exposto no tocante a diferença racial da nossa população bem como o caminho apontado hoje pelas pesquisas que é um fato extremamente importante que é o tratamento diferenciado de acordo com o mapeamento genético individual de cada paciente.

Conclusão

Em conclusão, levando-se em consideração esses aspectos, caso se confirme a nossa suspeita, procuraremos avançar nas nossas pesquisas no sentido da procurarmos um novo direcionamento, na busca de novos horizontes para o tratamento desta desafiadora doença que tanto é sofrida para quem a possui quanto é sofrida para quem se propõe a tratá-las .

Cronograma

Uma vez que o egrégio Comitê de Ética em Pesquisa da nossa Instituição possa avaliar e aprovar o nosso projeto, prevemos um período de 12 (doze) meses para uma primeira avaliação dos nossos resultados. A seguir, 06 (seis) meses para análise estatística dos dados e os últimos 06 (seis) meses para escrevermos o trabalho científico com a comparação e conclusão dos nossos resultados para que a nossa tese possa ser defendida.

Bibliografia

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2. Stephen, BT. The new WHO Classification of Tumors affecting the Central Nervous System 1-6 (http:/neurosurgery.mgh.harvard.edu/newwhobt.htm)
3. Cook DJ, Sacket DJ, Spitzer WO. Methodological guidelines for systematic reviews of randomized controlleded trials in health care from de Potsdam consulations on meta-análysis. Journal of Epidemiology 1995: 48:167 – 71,
4. Hunt M. How Science Takes Story of Meta-Analiyses. New York: Rossesl Sage Foundation, 1997.
5. RA Medronho et al: São Paulo – Editora Atheneu, 2ª ed.289-290; 2009,
6. Koschny, R., T. Koschny., Froster US., Krupp W., Zuber MA., : Institute of Human Genetics, University of Leipzig. Cancer Genetic Cytogenetic, 135 (2): 1247-59, Jun 2002
7. Gilda Alves, Márcia T Kawamura, Patricia Nascimento, Carla Maciel, José Antonio Oliveira, Anselmo Teixeira, Maria da Gloria C, Carvalho.: DNA Release by Line-1 (L-1) Retrotransposon Could It be Possible?. Annals New York Academy of Sciences. 906(v) 129-133, 2000
8. PS. Nascimento ,CM. Maciel, MT. Kawamura, FA. Oliveira, A. Teixeira, MGC. Carvalho, G. Alves.: Molecular analysis of CDKN2 (p16) in gliomas associated with clinical data,Oncology Report 9: 1039-1043, 2001,
9. I. Ribeiro, A. Teixeira, J. Oliveira, L. Câmara, S. Rosas, G. Martins, P. Nascimento, MGC. Carvalho and G. Brown.: Detecção Anticorpos Anti-p53 em plasma de paciente com tumor do cérebro. 17th International Cancer Congress. Copyright 1998 by Monduzzi Editors S.p.A – Bologna (Italy)
10. Maciel CM., Nascimento OS., Teixeira AT., Oliveira JÁ., Alves G.: Analise de Microssatélite em Gliomas através do Sequenciador Automático de DNA. Genetics and Molecular Biology – vol. 23 – nº- 3 –Supplement – p. 598 (G111) – Apoio Financeiro: FAPERJ, CNPq e FAF.
11. CM. Maciel, JÁ. Oliveira,A. Teixeira, L. Câmara. G. Alves: Association Between Microsatelite Instability (MI) and Loss of Heterozigosity (LOH) 9p21-22 (CDKN2,p16)and Clinical data from Glioma of Instituto Nacional de Câncer, (P090, Anais do XII Congresso Brasileiro de Genética Clinica e III Simpósio Luso-Brasileiro de Genética Clínica.
12. I. Ribeiro, ª Teixeira, J. Oliveira, L. Câmara, S. Rosas, G. Martins, P. Nascimento, MGC. Carvalho and G. Brown.: Detection of p53 and K-Ras mutations of PCR-SSCP in brain tumors of patients of Instituto Nacional de Cancer, 17th International Cancer Congress. Copyright 1998 Monduzzi Editores S.p.A. Bologna (Italy), p 453-456
13. P. Nascimento, A. Teixeira, J. Oliveira, L. Câmara, S. Rosas , MGC Carvalho and G. Brown.: Methylation analysis of CDKN2 in brain tumor of patients of Instituto Nacional de Cancer, Brazil.: 17th International Cancer Congress Copyright 1998 by Monduzzi Editors S.p.A – Bologna (Italy).: 457-460

Publicação - Como publicar

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quarta-feira, 16 de março de 2011

Estamos caminhando para a medicina preditiva. A medicina preditiva está ligada diretamente ao genoma individual do paciente. O que ocorrerá futuramente com os pacientes que descobrirem através do seu genoma que apresentam uma predisposição para o desenvolvimento de um determinado tipo de câncer. Como os planos de Saúde reagirão a esta evolução, a ética médica, o sigilo médico, os aspectos legais????
Vamos pensar em discutir o assunto desde já?
Dr. Anselmo S. Teixeira